domingo, 10 de julho de 2011

Depressão

O assunto votado desta semana foi depressão.

Hoje escutamos com frequência as enumeras reclamações do sintoma de mal estar que ela gera, e por isso, não é um assunto muito curto e rápido.

Como abordamos a depressão no ayurveda?
Ela, aqui, não é tratada de uma forma genérica e muito menos o seu tratamento tem uma única linha de pensamento e uma fórmula a seguir. Se for tratado de uma forma única, perde todo o significado da individualidade que esta ciência propõe.

A depressão se divide em duas: a que atua na bioquímica do corpo e a mental, lembrando que a área que envolve nossa bioquímica, neste caso, é o sistema endócrino. Quando esse desequilibra podemos ter a certeza que o dosha vata esta desarmonizado.

Neste estágio já poderia ter a conotação de ‘doença’, uma vez que atuou no corpo físico. Então acontece o que sabemos, os outros sistemas são afetados e os sintomas vão piorando, aqui as ervas, óleos, alimentação, atuam muito bem como correção do desequilíbrio.

Eu firmemente digo que não considero esse tipo de depressão como doença ou enfermidade, mas como falta de conhecimento que temos do nosso próprio corpo e dos sinais que ele vem dando ao decorrer do tempo. Na verdade os sintomas vêm aparecendo timidamente durante algum tempo, por isso, dar atenção ao que ocorre de diferente nos nossos corpos, pode facilitar o diagnóstico e o tratamento.

Já a depressão mental, pode se tornar uma ‘doença’ mais agressiva e levar mais tempo para se tratar, mas não é impossível. Se não for diagnosticada corretamente, leva-se um tempo maior para diminuir os efeitos negativos das emoções.

Neste caso é necessária uma investigação do comportamento mental, sem este conhecimento, o termo genérico “depressão”, não pode ser compreendido, eliminado ou tratado de uma forma correta.

Pra quem não sabe, o ayurveda tem um ramo especializado em percepção da mente, pode ser estudado como a visão do comportamento da mente ayurveda ou psicologia ayurveda, mas o conceito aqui de psicologia é completamente diferente dos padrões ocidentais. Essa percepção e estudo da mente são previstos em textos sagrados da sabedoria milenar, são eles Upanishads e Vedas.

Nestes escritos, os sábios eram capazes de dissociar o estado mental do físico, é uma perspectiva que funciona bem até hoje.

Nos padrões modernos de tratamento o que torna os diagnósticos mais falhos, e a forma com que as pessoas não consideram a mente e se tornam vitimas de seus próprios pensamentos, emoções e sentimentos transitórios.

De acordo com ayurveda, a mente compreende o pensar (movimento do pensamento), raciocínio, emoções, sentimentos, memória.

Nesta psicologia cada um desses aspectos, recebe um nome, mas todos funcionam em conjunto e por isso chama-se MENTE.
O Interessante é ser um observador das emoções, dos sentimentos e ver que estes são considerados intrínsecos à função mental, a ponto de não serem separados aos processos mentais.

Por que isso ocorre? Qual parte, nossa, que percebe as emoções, a memória e o raciocino? Quem tem depressão afirma, ‘estou deprimida’, ‘estou depressiva’ e o que torna ele consciente deste estado? E quando diz ‘estou mal’ e ‘estou bem’ e este estado é transitório? Qual é esta percepção?

Como você pode entender estes fluxos descontínuos?

Resposta: Da mesma maneira que compreende o pensamento, a dor, a fome, ou a necessidade de um filho ou de alguém que precise de você.

Algum processo que ocorre que não é apenas consciente, mas também percebe aquilo que esta acontecendo, e isso, chamamos de funcionamento mental. Portanto há como observar sim, os sintomas que nos invadem negativamente sem pedir licença. E é nesse campo que atuamos.

Damos a possibilidade de a pessoa questionar o que ocorre na mente, desta forma vamos ajudando a perceber vagarosamente os pensamentos, as emoções e assim ver onde eles se cruzam, se são lineares ou descontínuos. Este acaba sendo um bom caminho para buscamos o campo onde há mais frequência continua e então trabalhar com este potencial. Aqui esta o começo do sucesso do tratamento.

LEMBRE: A depressão ocorre quando um pensamento (ou emoção) é escolhido involuntariamente pela mente da pessoa deixando-a presa no campo mental, sem-que tenha consciência de como se libertar.
O resultado desta prisão vai deixando a pessoa irritada, tensa, deprimida, nervosa, com esgotamento, tristeza e angustia. Estes sintomas impedem o fluxo natural e harmônico da mente. E quando a situação esta instalada e não há percepção, a pessoa se torna escrava dos pensamentos e sensações negativas que passa em sua ‘cabeça’ ou as reações negativas que já instalaram no seu corpo físico, como sensação de palpitação e medo. Nesta fase não há discernimento da sensação de bem-estar ou mal-estar e tudo fica igual, posso citar um exemplo, dias ensolarados parecerão chuvosos e a recíproca é verdadeira. Tudo passa ter o mesmo cheiro e sabor a vida perde a cor e o brilho.

O tratamento direcionado corretamente permite a mudança de vida e faz com que a pessoa assuma o controle da mente e de suas emoções.

Um dedinho de prosa ...

Não podemos esquecer que toda desarmonia inicia com ação externa, o ser humano nasce harmonizado, a não ser que o corpo físico, mental, intelectual e espiritual de seus pais esteja em desarmonia. Portanto é fundamental acharmos a essência da pessoa e aflorar o melhor que ela pode oferecer.

Dar ouvidos para o paciente quando ele fala sobre as relações que tem com a família, amigos e sociedade. Pode ser um fator bem importante nesta investigação.

Ver a relação de afinidade que o paciente tem com a família e a sociedade, e quanto deixa que eles influenciem em seu estado natural. Ver se a identificação com o negativo é grande.

O fator genético é importantíssimo, são heranças trazidas de antepassados e de suas encarnações (ayurveda acredita em ciclos de nascimento e morte).

Então vamos analisar:

Samskaras: afinidades condicionadas ou adquiridas nesta vida

Vasanas Impressões inerentes (o íntimo e o necessário) ao ser humano.

A partir destas observações, atuar com a psicologia ayurveda para realinhar as afinidades e as impressões.
Procurar desviar a atenção e o foco da mente com Yoga e Meditação, pois estas técnicas dão autocontrole à mente.

Na técnica corporal utilizamos o Shirodhara (Fluxo continuo de óleo medicado na cabeça) ele trabalha o hipotálamo, hipófise, sistema nervoso central e principalmente o corpo mental.
Atividades que recomendamos para o dia a dia: substituir pensamentos negativos por músicas, melodias harmonizadas e principalmente mantras.

Rejeitar pensamentos tristes, faça assim, entregue esses pensamentos para o universo, use ele como seu aliado e peça para transmutar em energia boa.

Entregue os problemas das pessoas para elas não fique com o que não é seu.

Recuse sua afinidade com ações negativas.

Alimentação e excreções são importantíssimas, estas são as duas principais fontes de saúde. A dieta tem que ser acompanhada por um profissional de confiança no ayurveda.

Utilizar ervas em forma de chá, pode ajudar a acalmar e esquentar o coração. Prefira: valeriana, angélica, acariçoba, gengibre, funcho, camomila, cidreira e melissa.

Pode utilizar duas a três ervas de uma vez.

Adoce a vida, utilize no chá mel ou açúcar demerara, mas se não quiser, coloque alcaçuz com outras ervas, ela adoça além de ter um fator positivo para a depressão.

Respire...
Respire.....

Inspire, expire
Lembre-se que entre a primeira inspiração e a última expiração acontece a vida, portanto aproveite-a!

Ah, pra quem quer uma dica espiritual, entre-em comunhão com Deus / Divino independente das religiões. A meditação pode te levar a este estado de comunhão.

Caso não acredite em Deus, entre-em contato com as batidas de seu coração.

Desejo muita alegria e paz!
Imagem site dica e nutrição

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