Entoe harmonia

Como os mantras podem reequilibrar o sistema energético do corpo
04/06/2009


Imagem dos sete chakras no corpo Por Thaís Harari
O nosso organismo não é capaz de assimilar a energia cósmica presente no universo, pois sua carga é muito forte. Os chakras são os responsáveis por captá-la, armazená-la e transformá-la em energia vital, em freqüências possíveis de ser absorvidas pelo organismo.
Em sânscrito, chakra significa roda, círculo, vórtice. Baseando-se no livro “Terapias Quânticas”, de Harbans Lal Arora, a terapeuta ayurvédica Cristiane Ayres explica que, no total, são sete distribuídos ao longo do corpo: muladhara ou básico, localizado nos órgãos genitais e na pelve; svadhisthana ou esplênico, localizado na região lombar e abaixo do umbigo; anipura, gástrico ou plexo solar, localizado acima do umbigo, abaixo do peito; anahata, localizado no centro do peito, no coração; vishuddha, laríngeo, localizado na garganta; ajna ou frontal, localizado no centro da testa, entre as sobrancelhas; sahashara ou coronário, localizado no topo da cabeça. É importante destacar que há uma correspondência entre os chakras e as glândulas, por isso, reequilibrar o sistema energético do corpo implica trabalhar também o sistema endócrino.
Todos os chakras estão ligados entre si pelas nadis, canais de energia, que mandam a energia captada para o sistema nervoso, em seguida para as glândulas endócrinas e por fim para o sangue que alimenta todo o corpo. “Uma pessoa cheia de energia é uma pessoa mais lúcida”, diz o professor de Yoga Osnir Cugenotta, do Yoga Shivalaya, em São Paulo.
Meeta Ravindra, cantora indiana em São Paulo, explica que chakras e nadis funcionam do primeiro ao último dia de vida de um indivíduo. Quando um chakra vibra diferentemente de sua vibração natural ele está desbalanceado, o que significa que ele não assimila as energias cósmicas corretamente, deixando os corpos sutis em desequilíbrio.
Mantras
Há milhares de anos na Índia, os antigos sábios e yogis meditavam nas cavernas, no mais absoluto silêncio. Eles desviavam sua atenção dos sons do corpo físico e concentravam-se nos sete chakras. Deste modo, ouviram 50 vibrações diferentes dos chakras e, através das cordas vocais, traduziram-nas em 50 letras, dando origem ao alfabeto da língua sânscrito.Conforme explica Meeta, cada chakra tem uma vibração representada por uma letra da língua sânscrita, chamada bija mantra ou mantra semente. “Ao repetir estes mantras corretamente é possível ter acesso ao aspecto da energia cósmica que o respectivo chakra representa.”.
Todo o tipo de vibração pode alterar os chakras. Quando ainda não existia a escrita, os conhecimentos contidos nos Vedas (livros sagrados da religião hindu) eram passados de geração em geração por tradição oral, inclusive através da música. Todos os bija mantras estão associados a notas musicais. Quando cantados na tonalidade correta, os chakras são fortalecidos, harmonizados.
Eis os bija mantras e as notas respectivos a cada um dos chakras:
Sahasrar nota: DÓbija mantra: ALAP
Agyanota: RÉbija mantra: OMVishuddha
nota: SIbija mantra: HAMAnahat
nota: MIbija mantra: YAMManipurak
nota: FÁbija mantra: RAM
Swadhishthan
nota: SOLbija mantra: VAMMuladhar
nota: LÁbija mantra: LAM
Renata Martins, professora de Yoga em São Paulo, explica que as notas relacionadas aos primeiros chakras, ligados a aspectos físicos e materiais, são mais graves. Já as relacionadas aos chakras da parte superior do corpo, que dizem respeito ao sublime, à energia menos densa, são mais agudas. Em um conserto sinfônico, por exemplo, o público está quieto, fruindo as músicas individualmente. As músicas mexem basicamente com tons agudos, as vibrações são semelhantes àquelas geradas pelos chakras superiores, mais rápidas e sutis.
Alguns mantras podem trabalhar especificamente determinados chakras, mas isso varia de pessoa para pessoa, dependendo muito do tipo de constituição psicofísica, dos doshas, como define o Ayurveda (sistema milenar de medicina indiana). Segundo Cecilia Valentim, psicoterapeuta e educadora vocal, em algumas linhas espirituais ou de meditação, os mantras específicos são, em geral, dados pessoalmente por um monge ou pessoa habilitada para isso.
Ela afirma, porém, que um mantra importante e que pode ser entoado por todos é Bábá Nam Kevalam, capaz de ativar e equilibrar o Anahata Chakra, localizado no coração, onde está a glândula timo, responsável pelo sistema imunológico. Sua entoação produz um efeito cascata sobre os outros chakras, equilibrando-os também.
Tal mantra pode ser cantado ao acordar, antes de dormir e nas horas difíceis de estresse, pois gera uma mudança de padrão mental e bioquímico extremamente benéfica para a saúde. Bábá Nam Kevalam significa “Tudo é Expressão do Amor Divino ou Tudo é Amor”, e é exatamente essa ideia que se deve mentalizar durante a entoação do mantra. É possível também associar a entonação do mantra ao movimento da respiração: Bábá Nam ao inspirar e Kevalam ao expirar. “A ativação do Chakra cardíaco pelo mantra Babá Nam Kevalam promove uma mudança de padrão e consciência que estamos precisando urgentemente, em benefício da nossa espécie, do planeta e de todos os seres que aqui vivem.”